Foram 131 expulsões de policiais militares no ano passado no estado contra 164 em 2015, informou a Polícia Militar. Neste ano, ocorreram 5 expulsões. O estado de São Paulo registrou em 2016 queda no número de policiais militares expulsos. De acordo com a corporação, 131 agentes da Polícia Militar (PM) foram desligados no ano passado, contra 164 em 2015. Em 2014 haviam sido 177 expulsões. A PM, no entanto, não explicou ao G1 as causas dessa redução e os motivos que levaram os agentes à expulsão. Procurada para comentar o assunto, a Ouvidoria da Polícia explicou que os casos de PMs expulsos são considerados os mais graves dentro da corporação. “Os PMs que foram expulsos são aqueles que cometeram delitos ou crimes militares graves”, disse o ouvidor Julio Cesar Neves à reportagem. Os números de policiais militares expulsos são contabilizados pela Corregedoria da PM. O órgão é responsável por investigar a conduta dos policiais no âmbito administrativo. Caso haja falta grave, o agente pode ser expulso, demitido, preso ou afastado. “Infelizmente, a Corregedoria não informa os motivos das expulsões. Quero acreditar que entre essas expulsões estejam policiais que cometeram excessos”, afirmou Cesar Neves. “Por isso, acho que elas devem ter relação com a letalidade policial.” De acordo com dados do Diário Oficial, 576 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço em 2016. Em 2015 foram 580 mortes e em 2014 haviam sido 693. Segundo o ouvidor, entre as vítimas fatais há criminosos, suspeitos de crimes, mas também inocentes. Geralmente os agentes alegam que as mortes ocorreram após eles atirarem em legítima defesa ao serem agredidos. Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Militar não respondeu os questionamentos da reportagem sobre os números de policiais desligados até a publicação da matéria.

Sargento expulso

Em 2017 já ocorreram cinco expulsões, de acordo com o ouvidor. Um desses desligamentos é o do sargento Dario Roberto do Carmo. Segundo o Diário Oficial de 10 de fevereiro, a PM o expulsou porque ele cometeu atos desonrosos e “atentatórios à Instituição e ao Estado consubstanciando transgressão disciplinar de natureza grave”. Essa transgressão disciplinar de natureza grave foi ele ter sido flagrado em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça sugerindo a uma quadrilha o nome de um soldado da PM para um “bico” na Chácara Klabin, na Zona Sul. Na ocasião, ele era cabo. De acordo com investigação da Polícia Civil, Dario colaborava com criminosos que faziam arrastões a prédios da região. Procurados nesta semana pelo G1, Dario e seu advogado, Roberto Amaral Gurgel, haviam alegado inocência das acusações e não quiseram dar mais informações. A reportagem não conseguiu localizá-los novamente para comentar o assunto. Questionada sobre a expulsão de Dario, a PM alegou que o então cabo foi acusado de integrar uma quadrilha que assaltava prédios. “O Cb PM 951589-5 Dário Roberto do Carmo foi acusado de ter integrado um bando especializado em roubos contra condomínios residenciais, no ano de 2012, em datas incertas, unindo-se a criminosos e fornecendo informações indispensáveis ao sucesso dessas empreitadas”, informa nota enviada pela assessoria de imprensa da corporação.

PMs demitidos

“A expulsão é considerada bem mais grave do que a demissão”, enfatizou o ouvidor da Polícia. De acordo com Neves, o número de PMs demitidos no ano passado foi menor do que em 2015: 66 ante 102 demissões. Em 2014 tinha sido maior: 124 policiais militares demitidos. Até a primeira quinzena de fevereiro foram três demissões. A expulsão e demissão de um policial militar seguem a mesma diretrizes de todo funcionário público, infomou o ouvidor. Quem for expulso ou demitido não pode voltar a ocupar o trabalho. Anos: 2014 2015 2016 2017** PMs demitidos – 129 102 66 3 PMs expulsos – 177 102 164 5 **até 14 de fev * Colaborou Cíntia Acayaba, do G1 São Paulo   FONTE: site G1, disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/sp-registra-queda-no-numero-de-pms-expulsos-em-2016-diz-corporacao.ghtml  ]]>