Secretário defendeu fim da diferença de cinco anos em favor das trabalhadores

O secretário especial da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, defendeu uma alteração gradual da regra de tempo de contribuição para a aposentadoria das mulheres. O objetivo é equiparar com o tempo exigido para os homens.

Atualmente, as mulheres se aposentam com 30 anos de contribuição, os homens com 35 anos. No caso da aposentadoria por idade, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) exige 65 anos dos homens e 60 anos das mulheres, além de 15 anos de contribuição, no mínimo.

A idade média das mulheres que estão se aposentando por tempo de contribuição é de 51,4 anos. Com a equiparação, deve subir para 54,3 anos. Gabas admitiu que a equiparação não pode ser feita de uma vez, pois ainda persiste uma desigualdade no mercado de trabalho que prejudica as mulheres. Além disso, as trabalhadores têm uma jornada extra com os serviços domésticos.

Falar em alterar regras cria enorme apreensão. Ajustes são necessários e fundamentais para a sustentabilidade do sistema. Mas é preciso ser racional e ter critérios, afirmou Gabas.

Para o governo manter a mulher contribuindo por mais tempo antes da aposentadoria é fundamental para o equilíbrios das contas, pois as mulheres vivem mais que os homens.

A proposta de aumento gradual do tempo de contribuição das mulheres será apresentada no Fórum de Debates da Previdência Social, aberto em junho deste ano pelo governo e que conta com representantes dos trabalhadores, dos empresários, dos sindicatos e do próprio governo. A próxima reunião do fórum deve acontecer em janeiro.

A Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), que participa do fórum, é contra o aumento do tempo de contribuição para as mulheres.

A regra de aposentadoria diferenciada para as mulheres foi um grande avanço social porque ameniza uma injustiça. As trabalhadoras cuidam das crianças, da casa e encontram muitas dificuldades no mercado de trabalho. Não vamos aceitar qualquer tipo de proposta que retire direitos de quem contribuiu, mesmo que seja uma redução gradual, afirmou Warley Martins, presidente da Cobap.

FONTE: site R7, disponível em: http://noticias.r7.com/economia/governo-quer-aumento-gradual-do-tempo-de-contribuicao-das-mulheres-para-a-aposentadoria-18112015

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