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Explosões a caixas caíram 52% de janeiro a outubro, diz secretário ao G1. Sequestro também recuou em comparação com 10 meses do ano passado. Luciana Bonadio e Kleber TomazDo G1 São Paulo

Banana de dinamite colocada por criminosos em caixa eletrônico de banco em Campinas em setembro deste ano. Polícia Militar prendeu a quadrilha e evitou a explosão; Polícia apreendeu R$ 53.128 em dinheiro em março em Ilha Comprida (Foto: Divulgação / Secretaria da Segurança Pública)

Mesmo com 252 ataques explosivos a caixas eletrônicos, o estado de São Paulo registrou redução de 52,08% no número de casos nos dez primeiros meses deste ano num comparativo com o mesmo período do ano passado. Em 2014, haviam sido 342 ocorrências desse crime de janeiro a outubro.

Dados obtidos pelo G1 indicam que outra modalidade criminosa que apresentou queda no estado, na comparação desses dez meses com os do ano passado, foi o sequestro-relâmpago. Em 2015 foram registradas 727 ocorrências ante 972 em 2014, o que representa 25,2% de recuo.

“Dos dez meses, esses dois índices são recordes da série histórica”, disse o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, em entrevista ao G1 nesta terça-feira (1º). “A série histórica dos caixas eletrônicos é de 2012. E a do sequestro relâmpago é 2010, quando começaram a contabilizar.”

A Secretaria da Segurança Pública divulgou na semana passada os dados da violência de outubro que mostraram, por exemplo, queda de latrocínio – ou roubo seguido de morte – na capital paulista e aumento do crime na Grande São Paulo. Alguns dados positivos, como a queda do homicídio, foram divulgados dias antes, como aconteceu nos últimos meses.

Caixas-eletrônicos

A equipe de reportagem não obteve, no entanto, os números de explosões a caixas eletrônicos na capital e por cidades no estado. Apesar de compor os índices de roubo a banco, esses casos de ataques não são discriminados nas estatísticas criminais divulgadas mensalmente pela SSP.

Os dados obtidos englobam ataques tentados e consumados, ou seja, nos quais os criminosos não conseguiram levar o dinheiro dos caixas e os que roubaram os valores.

Para o secretário, a redução do crime ocorreu por conta de ações da pasta. “A secretaria conseguiu que o Exército adotasse uma regra que obriga as empresas a contratarem escolta privada para os carregamentos de explosivos”, disse Moraes. “Além disso, a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] repassou onde estão os caixas, para que a polícia pudesse mapeá-los e fazer patrulhamentos específicos.”

Neste ano, fevereiro e setembro foram os meses com o menor número de casos de explosões a caixas: 21. Apesar de setembro deste ano ter igualado o número de ataques do mesmo mês do ano passado, outubro de 2015 registrou queda em comparação com período idêntico em 2014: foram 23 explosões ante 48. Janeiro foi o mês de 2015 que teve mais ocorrências: 38.

No primeiro semestre ocorreram casos que tiveram repercussão na imprensa. No dia 12 de junho, assaltantes usaram fuzis para invadir um shopping na Zona Sul de São Paulo e atacar caixas. Um suspeito foi preso. Imagens de câmeras de segurança gravaram a ação. No dia 22 de junho, criminosos usaram um ônibus para bloquear uma avenida e poder roubar caixas eletrônicos de um banco, também na região Sul da capital.

O ano de 2014 fechou com 423 ataques explosivos a caixas eletrônicos. O dado é menor do que o registrado em 2013, quando ocorreram 951 explosões. Em 2012, foram 697 casos.

Ataques a caixas eletrônicos

Estado 2014 2015

Janeiro 53 38

Fevereiro 62 21

Março 21 24

Abril 39 23

Maio 44 29

Junho 20 22

Julho 17 24

Agosto 18 27

Setembro 21 21

Outubro 48 23

Total 343 252

Sequestros-relâmpago

Com 555 sequestros-relâmpago nos dez primeiros meses deste ano, a capital paulista responde por 76,34% do número total de casos registrados no estado de São Paulo, no mesmo período. Foram 727 ocorrências em todo o estado de janeiro a outubro de 2015.

Com mais de 10 milhões de habitantes, a cidade de São Paulo teve pico de sequestros em fevereiro deste ano, com 78 casos.

Sequestro-relâmpago está dentro dos crimes de extorsão mediante sequestro, mas, do mesmo modo como ataques a caixas eletrônicos, ele não aparece nas estatísticas criminais mensais divulgadas pela secretaria.

De janeiro a março de 2015, a Universidade de São Paulo (USP) ganhou evidência negativa por conta de 19 sequestros-relâmpago registrados no período perto da Cidade Universitária. Em três deles, os criminosos abordaram as vítimas dentro do campus, na Zona Oeste da cidade.

O estado teve a maioria dos casos de sequestro-relâmpago registrada em fevereiro. Foram 101 ocorrências. Apesar disso, capital e estado seguem uma tendência de queda nos casos deste ano em comparação com os dez primeiros meses de 2014.

No ano passado, a cidade teve 747 sequestros-relâmpago. Comparativamente, houve queda de 192 casos nos dez primeiros meses deste ano, o que representa um recuo de 25,7% dos registros.

Como em 2014 o estado registrou 972 ocorrências desse tipo de crime de janeiro a outubro, no mesmo período deste ano foram 245 casos a menos, ou diminuição de 25%.

Sequestros relâmpago

Estado 2014 2015 Capital 2014 2015

Janeiro 95 83 74 61

Fevereiro 112 101 93 78

Março 112 81 95 97

Abril 124 70 95 56

Maio 107 66 78 53

Junho 95 60 60 47

Julho 91 70 69 46

Agosto 69 61 50 50

Setembro 88 65 67 46

Outubro 79 70 65 51

Total 972 727 747 555

Grande São Paulo

Ainda segundo a SSP, a região Metropolitana de São Paulo teve redução de 15% nas ocorrências de sequestros-relâmpago de janeiro a outubro. O número de casos caiu de 156 para 133, com 23 a menos. Em outubro, houve estabilidade em 12 casos.

Interior

As cidades do interior paulista também registaram menos casos de sequestro-relâmpago neste ano, de acordo com a secretaria.

Nos dez primeiros meses deste ano, os casos diminuíram 42%. Foram 41 boletins de ocorrência, ante 71 do mesmo período de 2014. No mês passado, houve sete ocorrências, quatro a mais que em outubro do ano anterior.

Em julho, o G1 havia divulgado reportagem sobre o casos de sequestro-relâmpago contabilizados pela SSP no primeiro semestre no estado e na capital em 2015 e 2014. Alguns dados dos seis primeiros meses são diferentes dos apresentados no mesmo período nesta terça-feira. Questionada, a assessoria de imprensa da SSP informou que é comum ter oscilação dos índices porque durante o inquérito policial a natureza da ocorrência pode mudar.

FONTE: site G1, disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/sp-registra-queda-de-ataques-caixas-eletronicos-e-sequestros-relampago.html

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