Movimento em trens e metrô aumentou até 15% com as novas restrições aos carros na capital, segundo o secretário de Transportes Metropolitanos
O novo rodízio de veículos que entrou em vigor nesta segunda-feira (11) reduziu o trânsito na cidade de São Paulo, mas, por outro lado, houve aumento do número de passageiros no Metrô e em trens da CPTM. Se nas ruas e avenidas o pico de congestionamento registrado pela manhã foi de 1 quilômetro, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no metrô e nos trens o movimento cresceu de 11% a 15%, dependendo da região, segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.
O pico de congestionamento da manhã desta segunda, de 1km, medido às 8h30, foi bem menor do que na semana passada, quando foi detectado 11km, entre 8h e 9h. Em relação à lentidão, o pico nesta segunda foi de 4km, às 8h, enquanto que na semana passada foram registrados 21 km no mesmo horário. Os números consideram a base de dados do Waze.
Já no Metrô, o secretário Baldy disse que a alta no número de passageiros foi de até 12% em estações das Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, de até 14% na Linha 4-Amarela e de até 11% na Linha 5-Lilás. Na CPTM, foi constatado um aumento de até 15% na demanda média de usuários para o pico da manhã.
Segundo a assessoria da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, esse aumento já era esperado e a oferta de trens estava ajustada para evitar aglomerações. Baldy afirmou que a frota de trens é suficiente e poderá ser ampliada em caso de necessidade.
Também houve reforço na frota de ônibus na cidade. A SPTrans informou que até as 9h da manhã foram utilizados 489 dos 600 ônibus de “reserva”.
No período da tarde, o pico de congestionamento foi de 5km, às 14h30, ante 8km às 13h na segunda-feira anterior. O pico de lentidão no primeiro dia do novo rodízio foi de 4km, às 14h. Uma semana atrás, havia sido de 11h, às 12h30.
Com o novo rodízio, a Prefeitura quer tirar 50% da frota das ruas. A medida tem por objetivo aumentar a taxa de isolamento social e vale para toda a cidade, o dia todo, incluindo fins de semana. Nos dias pares, circulam placas de final par (0,2,4,6 e 8). E nos dias ímpares, as placas de final ímpar (1,3,5,7 e 9).
A capital paulista concentra o maior número de mortes e casos de coronavírus no Brasil. Em balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde no domingo, São Paulo registrava 46.131 casos confirmados e 3.7743 mortes. Na capital, eram 27.771 casos, com 2.281 mortes. Na semana passada, a taxa de isolamento social na cidade ficou abaixo de 50%.
A meta é chegar aos 60% de isolamento – o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde é 70%. Estão excluídos do rodízio carros da polícia, do Exército, prestadores de serviço de rede elétrica e de gás, e também veículos da área da saúde. Os profissionais de saúde devem fazer um cadastro na Prefeitura para ficarem fora da restrição. O cadastro terá de ser feito nesta semana, por meio de envio de dados como CPF, nome, estabelecimento em que trabalha o profissional e a placa do veículo.
As multas que forem aplicadas nos próximos dez dias a esses profissionais serão descartadas posteriormente. Os profissionais podem também enviar por e-mail, para o endereço eletrônico: isencao.covid19@prefeitura.sp.gov.br. Os veículos de pessoas com deficiência, condutoras ou não condutoras, que já têm autorização da Prefeitura e estão isentos do rodízio de carros na cidade de São Paulo, continuam liberados para circulação em qualquer dia. Táxis e motos estão liberados da medida, mas carros de aplicativo só poderão circular nos dias em que a placa do veículo for permitida.
Houve o retorno da restrição à circulação de caminhões em São Paulo, exceto os das áreas de abastecimento e saúde.
Pedido de suspensão
Desde quinta-feira, o novo rodízio é alvo de um pedido de suspensão feito pelo vereador Fernando Holiday (Patriota) contra a decisão da Prefeitura de ampliar a restrição aos veículos.
Nesta segunda, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer favorável à suspensão do rodízio, embora discorde dos argumentos apresentados pelo vereador. “Os questionamentos foram feitos, pois é intuitivo que a retomada do sistema de rodízio, sem estudos técnicos a amparar a medida, pode gerar reflexos negativos, inclusive para o próprio combate à pandemia”, diz o parecer apresentado pelo MP-SP à Justiça. “Sem estudos técnicos e planejamento que garantam os benefícios efetivos da medida, poderá provocar efeito contrário, isto é: a superlotação no transporte público coletivo e, consequentemente, uma maior propagação do novo coronavírus.” Questionada, a Prefeitura não respondeu até o fechamento desta edição.
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FONTE: R7.COM