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Publicado em 14/12/2015 08:48 e atualizado em 14/12/2015 09:19

O “esquenta” dos protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff reuniu neste domingo manifestantes em pelo menos dez capitais, além do Distrito Federal. O objetivo de organizadores como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL) foi utilizar os atos como um preparativo para manifestações maiores.

Os movimentos anunciaram a data do próximo ato: 13 de março de 2016. “Se a Dilma não cair até lá, nós vamos derrubá-la em março do ano que vem”, bradava Marcello Reis, líder do Revoltados Online, de cima do carro de som na Avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo dos grupos é conseguir uma mobilização do mesmo tamanho da do último dia 15 de março, que levou mais de 2 milhões de pessoas às ruas de todo o Brasil. “Vamos juntar milhões. Por isso começamos a divulgar desde já”.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que 36.500 pessoas participaram de manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no Estado de São Paulo – 30.000 somente na capital. Alguns políticos da oposição circularam pelo ato em São Paulo e foram bastante tietados pelos manifestantes. Foi o caso do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que chegou a discursar no carro do Vem Pra Rua: “Eu estou aqui pra dizer que não vai ter golpe, mas o impeachment. A crise tem nome e sobrenome: Dilma Rousseff”, disse ele. Além do senador, o secretário de Desenvolvimento Social do governo de São Paulo, Floriano Pesaro, e o pré-candidato à prefeitura da capital João Doria Jr também compareceram à manifestação.

O senador José Serra também marcou presença e discursou no palanque do Vem pra Rua. “Eu acredito que todos vocês vão tirar o Brasil dessa situação. No Congresso, nós estamos lutando pela mesma coisa”, disse. O senador foi anunciado como um dos “políticos mais queridos dos paulistanos”. Alguns minutos depois, falou o também tucano João Doria Jr: “Não falo aqui como pré-candidato a prefeito, mas como cidadão brasileiro. O Brasil não aguenta mais tanta corrupção e sem vergonhice”.

Além dos tucanos, o senador Ronaldo Caiado (DEM) também esteve no protesto na Avenida Paulista. Ele foi bastante assediado pelos manifestantes, que se empurravam com os seguranças do parlamentar para conseguir uma selfie com ele. “Ele é o nosso grande líder no Senado”, exclamou um dos porta-vozes do Acorda Brasil quando Caiado passou próximo ao carro de som do grupo.

Delegados da Polícia Federal também discursaram no trio elétrico do Vem pra Rua. “A Lava Jato é um patrimônio do povo brasileiro”, gritou um deles. Os manifestantes, por sua vez, exibiam cartazes e camisetas de apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância. “Somos do PSM – Partido Sérgio Moro”, dizia uma das cartolinas. Outros participantes do ato vestiam a máscara do agente Newton Ishii, conhecido como o “japonês da PF”.

No carro do Vem Pra Rua, ainda discursaram os juristas Miguel Reale Junior e Hélio Bicudo, que assinaram o pedido de impeachment da presidente acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no último dia 8. O Brasil não pode permanecer nas mãos do PT. Lula, você não é dono do Brasil. O Brasil é nosso. Na boca do povo, só há uma palavra: impeachment”, exclamou Bicudo, inflamando o público que o ouvia.

Os manifestantes já foram às ruas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Belém, Maceió, Florianópolis, Porto Alegre, Macapá e Ribeirão Preto, entre outras cidades. A maior parte dos protestos até agora reuniu na casa de milhares de pessoas, número menor do que nos atos anteriores. Os eventos deste domingo foram convocados às pressas, depois que Cunha acolheu o pedido de impeachment.

Manifestação anti-Dilma em SP reuniu 40,3 mil pessoas, mostra Datafolha

RICARDO MENDONÇA, EDITOR-ADJUNTO DE “PODER”, caderno da FOLHA DE S. PAULO (+ veja.com)

A manifestação contra a presidente Dilma Rousseff na avenida Paulista, em São Paulo, reuniu cerca de 40,3 mil neste domingo (13), segundo levantamento feito pelo Datafolha no local.

A contagem foi realizadas das 13h às 18h. No momento de maior concentração, o ato teve aproximadamente 35,8 mil pessoas protestando simultaneamente.

O número apurado pelo instituto indica a quantidade de pessoas diferentes que, em algum momento, foram à manifestação no intervalo de tempo estudado.

Foi um evento menor que os outros três organizados pelos mesmos grupos em 15 de março (210 mil pessoas), 12 de abril (100 mil) e 16 de agosto (135 mil).

Neste domingo, 3.700 pessoas participaram do protesto do começo ao fim.

Para fazer a contagem de participantes, o Datafolha dividiu a Paulista em quadrantes. Em cada um, os pesquisadores aplicaram uma metodologia de contagem a partir da densidade do público.

Também foram aplicados questionários para conhecer o perfil dos presentes. A combinação dessas técnicas possibilitou medir a renovação do público ao longo da tarde.

As entrevistas também foram usadas para identificar e calcular quantidade de presentes sem qualquer relação com a manifestação, como as pessoas que foram à avenida por lazer. Esses não foram computados como manifestantes.

Às 13h, no primeiro momento da contagem, 44% dos presentes estavam na avenida para protestar. O percentual foi subindo até chegar a 80% às 16h. No encerramento do protesto, eram 72%.

POLÍCIA

A Polícia Militar de São Paulo também contou manifestantes na Paulista nesta tarde. Desta vez, apurou a presença de 30 mil presentes na capital e outras 6.500 em outros municípios do Estado. A PM não costuma apresentar detalhes sobre sua contagem.

Esta é a primeira vez que a PM divulga um número menor que o do Datafolha numa manifestação anti-Dilma. Em março, ante os 210 mil apurados pelo instituto, a polícia afirmou que 1 milhão de pessoas havia marcado presença naquela manifestação.

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